Sazonalidade, desperdício e reaproveitamento: quatro projetos para conhecer
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Ler a ordem de descarte em certas receitas me dá um arrepio na espinha. Não confio em cozinheiro que mande descartar alimento que ainda não cumpriu sua função de alimentar. Esbarrei num acinte desses algumas semanas atrás, no passo-a-passo leviano de um purê reconfortante: “Descasque e corte a abóbora, tire o meio e as sementes e descarte” — e me pergunto por que é sempre melhor não dizer o que fazer com eles. Não devem saber que as sementes e a casca ganham vida nova e crocante quando assadas no fogo alto, besuntadas de azeite e um tico de melado. Ou deve ser mais fácil mandar pro lixo, mesmo. “As pessoas não sabem o que fazer com isso”, me disse um feirante uma vez, enquanto tirava num golpe só a cabeleira vasta de um molho de cenouras jovens. Ia cortando as ramas fora e colocando as cenouras na banca forrada de folhas de couve, que fazia as vezes de toalha, e depois, naturalmente, iria também para o lixo. Apesar disso, tem gente que não se conforma em viver assim, e escolhe o caminho da consciência alimentar, do combate ao desperdício, da proteção da biodiversidade. Gente assim merece ter suas ideias conhecidas, compartilhadas, festejadas, e foi o que pensei quando reuni quatro projetos para incluir aqui, no texto de hoje.
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